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No submundo do eu

I - No submundo do eu Breu, tudo é escuro
Obscuro...
Na cálida e gélida noite
Olho e não vejo
Atento e não escuto
Dentro de mim sinto apenas um ruído
Fraco...
É frio dentro de mim
Estou só e um tremor percorre minha carne
E o som de dentro ainda vive
Quase como um sussurro
Quase como um ganido
Quase como um rugido
Não tem nada lá fora
Não entendo o ruído
Não entendo o tremor
Apenas sinto
Quem sou eu?

II - No mundo do eu
A lua está cheia
Dourada e a noite sorri
Andromeda, Centauro, Orion
Bailam num chorinho inconsequente
Na reciprocidade da noite também sorrio
O cruzeiro do sul lança seus tentáculos
Na minha carne crua e cálida
O coração jorra...transborda...
O peito jaz vazio...
Mas mesmo assim a noite sorri
Lábios abertos, dentes a mostra
A noite sorri...e esse sorriso me dói
Subalterna, sem sangue, lácida sorrio também
Oh! Noite gélida e sorridente, jogue suas migalhas para mim.

III - No supra-mundo do eu
Olhos procuram, observam, investigam...
Quem é você?
O que você viveu?
Quantos sorrisos e abraços você deu?
Amou?
Lágrimas, quantas escorreram por seu rosto?
O que fez com a migalha do temp que recebeu?
Você....Não me diga que viveu como um zumbi apático
Que acordou como uma engrenagem
Meticulosamente funcional...
Mas vazia...sem imprevistos.
Seguiu todas as rotas e cálculos
Todos os modismos
Todas as tradições. Você...
O que me traz de novo?
Não, não me volte com velhos entulhos, crendices e tolices.

IV Submundo, mundo, supramundo: vira mundo
Sinto o frio dentro de mim
A lua lá fora me sorri
O que vc fez?
Sinto o ruído dentro de mim.
Subalterna sorrio.
Serão as engrenagens?
Não vejo nada.
Lá fora as estrelas iluminam.
Você já amou?
O tremor percorre o corpo.
O cruzeiro do sul perfura meu peito
O que você fez com a migalha do tempo que recebeu?

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